quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Uma taça feita de um crânio humano - Lord Byron

Não recues! De mim não foi-se o espírito...
Em mim verás - pobre caveira fria -
Único crânio que, ao invés dos vivos,
Só derrama alegria.

Vivi! amei! bebi qual tu: Na morte
Arrancaram da terra os ossos meus.
Não me insultes! empina-me!... que a larva
Tem beijos mais sombrios do que os teus.

Mais vale guardar o sumo da parreira
Do que ao verme do chão ser pasto vil;
- Taça - levar dos Deuses a bebida,
Que o pasto do réptil.

Que este vaso, onde o espírito brilhava,
Vá nos outros o espírito acender.
Ai! Quando um crânio já não tem mais cérebro
...Podeis de vinho o encher!

Bebe, enquanto inda é tempo! Uma outra raça,
Quando tu e os teus fordes nos fossos,
Pode do abraço te livrar da terra,
E ébria folgando profanar teus ossos.

E por que não? Se no correr da vida
Tanto mal, tanta dor ai repousa?
É bom fugindo à podridão do lado
Servir na morte enfim p'ra alguma coisa!...

Junqueira Freire - Morte (Hora de Delírio)

Pensamento gentil de paz eterna
Amiga morte, vem. Tu és o termo
De dous fantasmas que a existência formam,
— Dessa alma vã e desse corpo enfermo.

Pensamento gentil de paz eterna,
Amiga morte, vem. Tu és o nada,
Tu és a ausência das moções da vida,
do prazer que nos custa a dor passada.

Pensamento gentil de paz eterna
Amiga morte, vem. Tu és apenas
A visão mais real das que nos cercam,
Que nos extingues as visões terrenas.

Nunca temi tua destra,
Não vou o vulgo profano;
Nunca pensei que teu braço
Brande um punhal sobr'humano.

Nunca julguei-te em meus sonhos
Um esqueleto mirrado;
Nunca dei-te, pra voares,
Terrível ginete alado.

Nunca te dei uma foice
Dura, fina e recurvada;
Nunca chamei-te inimiga,
Ímpia, cruel, ou culpada.


Amei-te sempre: — pertencer-te quero
Para sempre também, amiga morte.
Quero o chão, quero a terra, - esse elemento
Que não se sente dos vaivens da sorte.

Para tua hecatombe de um segundo
Não falta alguém? — Preencha-a comigo:
Leva-me à região da paz horrenda,
Leva-me ao nada, leva-me contigo.

Miríades de vermes lá me esperam
Para nascer de meu fermento ainda,
Para nutrir-se de meu suco impuro,
Talvez me espera uma plantinha linda.

Vermes que sobre podridões refervem,
Plantinha que a raiz meus ossos fera,
Em vós minha alma e sentimento e corpo
Irão em partes agregar-se à terra.

E depois nada mais. Já não há tempo,
nem vida, nem sentir, nem dor, nem gosto.
Agora o nada — esse real tão belo
Só nas terrenas vísceras deposto.

Facho que a morte ao lumiar apaga,
Foi essa alma fatal que nos aterra.
Consciência, razão, que nos afligem,
Deram em nada ao baquear em terra.

Única idéia mais real dos homens,
Morte feliz — eu quero-te comigo,
Leva-me à região da paz horrenda,
Leva-me ao nada, leva-me contigo.

Também desta vida à campa
Não transporto uma saudade.
Cerro meus olhos contente
Sem um ai de ansiedade.

E como um autômato infante
Que ainda não sabe mentir,
Ao pé da morte querida
Hei de insensato sorrir.

Por minha face sinistra
Meu pranto não correrá.
Em meus olhos moribundos
Terrores ninguém lerá.

Não achei na terra amores
Que merecessem os meus.
Não tenho um ente no mundo
A quem diga o meu - adeus.
Não posso da vida à campa
Transportar uma saudade.
Cerro meus olhos contente
Sem um ai de ansiedade.


Por isso, ó morte, eu amo-te e não temo:
Por isso, ó morte, eu quero-te comigo.
Leva-me à região da paz horrenda,
Leva-me ao nada, leva-me contigo.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Spring - Rammstein

Numa ponte, muito alta

Um homem mantém seus braços abertos
Alí ele permanece e ainda hesita
Logo as pessoas se aglomeram em multidões
Eu também não vou perder isso
Eu quero ver isso de perto

 Eu chego na primeira fila
E gritam...
O homem quer subir da ponte
As pessoas começam a odiar
Elas formam um público denso
E não querem deixá-lo descer
Então ele sobe de volta
E a multidão começa a enfurecer-se
Eles querem suas vísceras
E gritam:

PULE!!!! PULE!!! PULE!!!!
Pule... Me redima
Pule... Não me desaponte
Pule para mim
Pule para a luz
PULE!!!

Agora o homem começa a chorar
[Uma nuvem se move em segredo]
Perguntando a si mesmo "o que eu fiz"
[Na frente do sol, fica frio]
"Eu apenas queria apreciar a vista"
[As pessoas se desorganizam]
E olhar para o céu da noite,
e eles gritam:
PULE!!!! PULE!!! PULE!!!!
Eles gritam
Pule... Me redima
Pule... Não me desaponte
Pule para mim
Pule para a luz
PULE!!!

Uma nuvem se move em segredo
Na frente do sol, fica frio
Mas mil sóis queimam apenas para você

Eu rastejo para a ponte em segredo
E chuto ele nas costas, por trás
Eu o redimo dessa vergonha
E grito para ele:


PULE!!!! PULE!!! PULE!!!!
Pule... Se redima
Pule... Não me desaponte
Pule, pule para mim
Pule... Não me desaponte...

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Sétimo Selo - Apocalipse

E, havendo aberto o sétimo selo, fez-se silêncio no céu quase por meia hora.
E vi os sete anjos, que estavam diante de Deus, e foram-lhes dadas sete trombetas.
E veio outro anjo, e pôs-se junto ao altar, tendo um incensário de ouro; e foi-lhe dado muito incenso, para o pôr com as orações de todos os santos sobre o altar de ouro, que está diante do trono.
E a fumaça do incenso subiu com as orações dos santos desde a mão do anjo até diante de Deus.
E o anjo tomou o incensário, e o encheu do fogo do altar, e o lançou sobre a terra; e houve depois vozes, e trovões, e relâmpagos e terremotos.
E os sete anjos, que tinham as sete trombetas, prepararam-se para tocá-las.
E o primeiro anjo tocou a sua trombeta, e houve saraiva e fogo misturado com sangue, e foram lançados na terra, que foi queimada na sua terça parte; queimou-se a terça parte das árvores, e toda a erva verde foi queimada.
E o segundo anjo tocou a trombeta; e foi lançada no mar uma coisa como um grande monte ardendo em fogo, e tornou-se em sangue a terça parte do mar.
E morreu a terça parte das criaturas que tinham vida no mar; e perdeu-se a terça parte das naus.

E o terceiro anjo tocou a sua trombeta, e caiu do céu uma grande estrela ardendo como uma tocha, e caiu sobre a terça parte dos rios, e sobre as fontes das águas.
E o nome da estrela era Absinto, e a terça parte das águas tornou-se em absinto, e muitos homens morreram das águas, porque se tornaram amargas.


E o quarto anjo tocou a sua trombeta, e foi ferida a terça parte do sol, e a terça parte da lua, e a terça parte das estrelas; para que a terça parte deles se escurecesse, e a terça parte do dia não brilhasse, e semelhantemente a noite.
E olhei, e ouvi um anjo voar pelo meio do céu, dizendo com grande voz: Ai! ai! ai! dos que habitam sobre a terra! por causa das outras vozes das trombetas dos três anjos que hão de ainda tocar.
E o quinto anjo tocou a sua trombeta, e vi uma estrela que do céu caiu na terra; e foi-lhe dada a chave do poço do abismo.
E abriu o poço do abismo, e subiu fumaça do poço, como a fumaça de uma grande fornalha, e com a fumaça do poço escureceu-se o sol e o ar.
E da fumaça vieram gafanhotos sobre a terra; e foi-lhes dado poder, como o poder que têm os escorpiões da terra.
E foi-lhes dito que não fizessem dano à erva da terra, nem a verdura alguma, nem a árvore alguma, mas somente aos homens que não têm nas suas testas o sinal de Deus.
E foi-lhes permitido, não que os matassem, mas que por cinco meses os atormentassem; e o seu tormento era semelhante ao tormento do escorpião, quando fere o homem.
E naqueles dias os homens buscarão a morte, e não a acharão; e desejarão morrer, e a morte fugirá deles.

Livro do Apocalipse 8 - 9 (1 à 6)

terça-feira, 14 de setembro de 2010

N.I.B. - Black Sabbath

Algumas pessoas dizem que meu amor não pode ser real
Por favor acredite em mim, meu amor, e vou te mostrar
Vou te dar as coisas que você julgava impossíveis
O sol, a lua, as estrelas, todas trazem meu selo
Oh sim!


Siga-me agora e você não vai se arrepender
Deixando a vida que tinha antes de nos encontrarmos
Você é a primeira que teve este meu amor
Sempre comigo até o fim dos tempos

Seu amor por mim tem que ser real
Antes que você entenda a maneira como sinto

Eu vou sentir
Eu vou sentir

Oh sim!

Agora tenho você comigo, sob meu controle
Nosso amor se fortalece a cada hora
Olhe em meus olhos, você verá quem eu sou
Meu nome é Lúcifer, por favor segure minha mão

Oh sim!

Siga-me agora e você não vai se arrepender
Deixando a vida que tinha antes de nos encontrarmos
Você é a primeira que teve este meu amor
Sempre comigo até o fim dos tempos

Seu amor por mim tem que ser real
Antes que você entenda a maneira como sinto

Eu vou sentir
Eu vou sentir

Oh sim!

Agora tenho você comigo, sob meu controle
Nosso amor se fortalece a cada hora
Olhe em meus olhos, você verá quem eu sou
Meu nome é Lúcifer, por favor segure minha mão

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Hécate - Deusa das Encruzilhadas

Hecate é uma das deusas Greco-Romanas simultaneamente mais temida e admirada. Hecate é uma deusa lunar, um pouco á imagem da temida Lilith. Como todas Deusas lunares, Hecate encontra-se profundamente ligada ao mundo da magia, do oculto, da bruxaria, dos mais profundos segredos. Hecate é a Deusa das bruxas, e simultaneamente a Deusa que vem a este mundo recolher almas para as conduzir ao abismo do reino dos mortos. Trata-se por isso de uma Deusa a que cabe um papel previligiado na «ponte» entre o mundo dos vivos, e o mundo dos mortos, entre o nosso mundo fisico e o mundo dos espiritos.
Hecate é a Deusa das encruzilhadas, onde lhe eram dedicadas oferendas e sacrificios : bodes negros, caes negros ou gatos negros eram-lhe oferendados no decurso de rituais de adoraçao, ou de feitiçarias. Hecate pode incorporar numa lindissima mulher de longos cabelos negros, e pode ser uma amante incomparavel. Contudo a sua furia e o seu poder sao temiveis, e perante Hecate todo o respeito é pouco para garantir a sua ajuda. Dizem as lendas que Hacate tambem podia assumir a forma de um majestoso lobo negro, ou de um belo cao preto.
As estatutas existentes nas encruzilhadas onde hacete era venerada e as bruxarias eram executadas, chamavam-se «hecateias», e constavam na fugira de uma lindissma mulher com tres faces, ou tres belos corpos feminino unidos num só. Hecate permite a operaçao de tarefas misticas essencialmente atraves de processo de meditaçao. Atraves desse processo, no silencio de uma meditaçao e atraves do aprofundamento dos nossos sentidos, pensamentos e forças espirituais, é que Hecate reside e abre portas ao mundo magico.
Como deusa lunar que é, Hecate tambem opera a nivel dos sentidos, aguçando-os, excitando-os, fazendo com que a carnalidade e o prazer se tornem uma poderosa chave de concretizaçao de processos misticos poderosos. Hecate reina na terra, ( onde vem buscar as almas dos mortos, conduzindo-as para o submundo ), no ceu, ( onde viaja atraves do luar), e do mar, ( onde se enebria com os prazeres do amor), pelo que é denominada a Deusa Triplice.
Hécate era considerada a patrona das sacerdotisas, Deusa das feiticeiras. Estava associada à cura, profecias, visões, magia, Lua Minguante, encantamentos, vingança, livrar-se do mal, riqueza, vitória, sabedoria, transformação, purificação, escolhas, renovação e regeneração.Um de seus animais sagrados era a rã, um símbolo da concepção. Era chamada de A Deusa das Transformações, pois regia várias passagens da vida, e podia alterar formas e idades. Outro animal sagrado era o cão.
Hécate era considerada como o terceiro aspecto da Lua, a Megera ou a Anciã (Portadora da Sabedoria). Os gregos chamavam-na de A Megera dos Mortos. Aliada de Zeus, ela era acompanhada por uma matilha de lobos.
Como Senhora da Caçada Selvagem e da feitiçaria, Hécate era a princípio uma divindade das mulheres, tanto para cultuar como para pedir auxílio, e também para temer caso alguém não estivesse com sua vida espiritual em ordem.




A Deusa possui inúmeros titulos.
Como Propylaia, que significa:"Aquela que fica na frente do portão", Hécate oferecia proteção contra o mal,especificamente contra espiritos malígnos e maldições. Neste aspecto, seu culto era
realizado nos portões de entrada, onde estátuas eram colocadas em sua homenagem.

As Valquírias - Mitologia Nórdica

Na mitologia nórdica, as valquírias eram deidades menores, servas de Odin. O termo deriva do nórdico antigo valkyrja (em tradução literal significa "as que escolhem os que vão morrer"). Nos séculos VIII e IX o termo usado era wælcyrge.
As valquírias eram belas jovens mulheres que montadas em cavalos alados e armadas com elmos e lanças, sobrevoavam os campos de batalha escolhendo quais guerreiros, os mais bravos, recem-abatidos entrariam no Valhala (Valhala é o local onde os guerreiros vikings eram recebidos após terem morrido, com honra, em batalha). Elas o faziam por ordem e benefício de Odin, que precisava de muitos guerreiros corajosos para a batalha vindoura do Ragnarok(é a batalha que levará ao fim do Mundo).
As valquírias escoltavam esses heróis, que eram conhecidos como Einherjar, para Valhala, o salão de Odin. Lá, os escolhidos lutariam todos os dias e festejariam todas as noites em preparação ao Ragnarok, quando ajudariam a defender Asgard na batalha final, em que os deuses morreriam. Devido a um acordo de Odin com a deusa Freya, que chefiava as valquírias, metade desses guerreiros e todas as mulheres mortas em batalha eram levadas para o palácio da deusa.
As valquírias cavalgavam nos céus com armaduras brilhantes e ajudavam a determinar o vitorioso das batalhas e o curso das guerras. Elas também serviam a Odin como mensageiras e quando cavalgavam como tais, suas armaduras faiscavam causando o estranho fenômeno atmosférico chamado de Aurora Boreal.

The Valkyrie's Vigil ("A Vigília da valquíria"), de Edward Robert Hughes.
As valquírias originais eram Brynhild ou Brynhildr ("correspondente de batalha", muitas vezes confundida Brunhilde, da Saga dos Nibelungos), Sigrun ("runa da vitória"), Kara, Mist, Skogul ("batalha"), Prour ("força"), Herfjotur ("grilhão de guerra"), Raogrior ("paz do deus"), Gunnr ("lança da batalha"), Skuld ("aquela que se torna"), Sigrdrifa ("nevasca da vitória"), Svana, Hrist ("a agitadora"), Skeggjold ("usando um machado de guerra"), Hildr ("batalha"), Hlokk ("estrondo de guerra"), Goll ou Göll ("choro da batalha"), Randgrior ("escudo de paz"), Reginleif ("herança dos deuses"), Rota ("aquela que causa tumulto") e Gondul ou Göndul ("varinha encantada" ou "lobisomem").

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Dead Souls - Sopor Aeternus


Escondidos na misericórdia das sombras, além da cruel luz do dia,
Vivendo à caça e morte, nós somos os... filhos amaldiçoados da noite
Arrastando a existência imune milhoes de séculos
E do pôr do sol à aurora sofremos a nossa imortalidade.

Parasitas contaminam nossas tumbas e cruzes queimam nossas peles,
Mate-nos milhões de vezes, mas nós seremos,
Os que sempre restarão... - em dor ... - em dor:
"sou o homem da resurreição, que rouba o próprio corpo e abduz-se em direção às tenras masmorras e catacumbas"
E rapta-se para as catacumbas amado e abóbadas ".

Morte e decomposição, odor cadavérico,
Para nós não existe o céu e nem o inferno,
E somente a estigmata é capaz de trair
A existência funesta dos dias de outrém!

Após o beijo amado e morto, caís-te em um sonho,
Mas em teu renascer, és um príncipe, em nosso feudo em luto.
Ao dia quando milhões de sóis estão matando com seu brilho,
As frias e lúgubres criptas, me salvam.... e meus...

Morte e decomposição, odor cadavérico,
Para nós não existe o céu e nem o inferno,
E somente a estigmata é capaz de trair
A existência funesta dos dias de outrém.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Santa Inquisição

"Não permitirás que viva uma feiticeira".
(Êxodo – Cap. XXII – Versículo XVIII)
 
 
 No século IV, quando o Cristianismo se propagava, a Igreja Católica havia tomado santuários e templos sagrados de povos pagãos, para implantar sua religiosidade e erigir suas igrejas. Nos primórdios do Catolicismo, acreditavam que os pagãos continuariam a freqüentar estes lugares sagrados para reverenciarem seus Deuses. Mas com o passar do tempo, assimilariam o cristia- nismo substituindo o paganismo, através da anulação.
Mesmo assim, por toda a parte, havia uma constante veneração às divindades pagãs. Ao longo dos séculos, a estratégia da Igreja Católica não funcionou, e através da Inquisição, de uma forma ensandecida e sádica, as autoridades eclesiásticas tentaram apagar de uma vez por todas a figura da Grande Deusa Mãe, como principal divindade cultuada sobre todos os extremos da Terra. O Catolicismo medieval transfor- mou o culto à Grande Deusa Mãe, num culto satânico, promo- vendo uma campanha de que a adoração dos deuses pagãos era equivalente à servidão a satã.
Inquisição é o ato de inquirir, isto é, indagar, investigar, interrogar judicialmente. No caso da Santa Inquisição, significa "questionar judicialmente aqueles que, de uma forma ou de outra, se opõem aos preceitos da Igreja Católica". Dessa forma, a Santa Inquisição, também conhecida como Santo Ofício, foi um tribunal eclesiástico criado com a finalidade "oficial" de investigar e punir os crimes contra a fé católica. Na prática, os pagãos representavam uma constante ameaça à autoridade clerical e a Inquisição era um recurso para impor à força a supremacia católica, exterminando todos que não aceitavam o cristianismo nos padrões impostos pela Igreja. Posteriormente, a Santa Inquisição passou a ser utilizada também como um meio de coação, de forma a manipular as autoridades como meio de obter vantagens políticas.

A caça às bruxas


A Santa Inquisição teve seu início no ano de 1184, em Verona, com o Papa Lúcio III. Em 1198, o Papa Inocêncio III já havia liderado uma cruzada contra os albigenses (hereges do sul da França), promovendo execuções em massa. Em 1229, sob a liderança do Papa Gregório IX, no Concílio de Tolouse, foi oficialmente criada a Inquisição ou Tribunal do Santo Ofício. Em 1252, o Papa Inocêncio IV publicou o documento intitulado Ad Exstirpanda, que foi fundamental na execução do plano de exterminar os hereges. O Ad Exstirpanda foi renovado e reforçado por vários papas nos anos seguintes. Em 1320, a Igreja (a pedido do Papa João XXII) declarou oficialmente que a Bruxaria, e a Antiga Religião dos pagãos constituíam um movimento e uma "ameaça hostil" ao cristianismo.
Os inquisidores, cidadãos encarregados de investigar e denunciar os hereges, eram doutores em Teologia, Direito Canônico e Civil. Inquisidores e informantes eram muito bem pagos. Todos os que testemunhassem contra uma pessoa supostamente herege, recebiam uma parte de suas propriedades e riquezas, caso a vítima fosse condenada.
Os inquisidores deveriam ter no mínimo 40 anos de idade. Sua autoridade era outorgada pelo Papa através de uma bula, que também podia incumbir o poder de nomear os inquisidores a um Cardeal representante, bem como a padres e frades franciscanos e dominicanos. As autoridades civis, sob a ameaça de excomunhão em caso de recusa, eram ordenadas a queimar os hereges. Camponeses eram incentivados (ludibriados com a promessa de ascenderem ao reino divino ou através de recompensas financeras) a cooperarem com os inquisidores. A caça às Bruxas tornou-se muito lucrativa.
Geralmente as vítimas não conheciam seus acusadores, que podiam ser homens, mulheres e até crianças. O processo de acusação, julgamento e execução era rápido, sem formalidades, sem direito à defesa. Ao réu, a única alternativa era confessar e retratar-se, renunciar sua fé e aceitar o domínio e a autoridade da Igreja Católica. Os direitos de liberdade e de livre escolha não eram respeitados. Os acusados eram feitos prisioneiros e, sob tortura, obrigados a confessarem sua condição herética. As mulheres, que eram a maioria, comumente eram vítimas de estupro. A execução era realizada, geralmente, em praça pública sob os olhos de todos os moradores. Punir publicamente era uma forma de coagir e intimidar a população. A vítima podia ser enforcada, decapitada, ou, na maioria das vezes, queimada.


Malleus Maleficarum



Em 1486 foi publicado um livro chamado Malleus Maleficarum (Martelo das Bruxas) escrito por dois monges dominicanos, Heinrich Kramer e James Sprenger. O Malleus Maleficarum é uma espécie de manual que ensina os inquisidores a reconhecerem as bruxas e seus disfarces, além de identificar seus supostos malefícios, investigá-las e condená-las legalmente. Além disso, também continha instruções detalhadas de como torturar os acusados de bruxaria para que confessassem seus supostos crimes, e uma série de formalidades para a execução dos condenados. Ainda, o tratado afirmava que as mulheres deveriam ser as mais visadas, pois são naturalmente propensas à feitiçaria. O livro foi amplamente usado por supostos "caçadores de bruxas" como uma forma de legitimar suas práticas.

Alguns itens contidos no Malleus Maleficarum que tornavam as pessoas vulneráveis à ação da Santa Inquisição:

Difamação notória por várias pessoas que afirmassem ser o acusado um Bruxo.
Se um Bruxo desse testemunho de que o acusado também era Bruxo.
Se o suspeito fosse filho, irmão, servo, amigo, vizinho ou antigo companheiro de um Bruxo. e fosse encontrada a suposta marca do Diabo no suspeito.


Hecatombe

Gradativamente, contando com o apoio e o interesse das monarquias européias, a carnificina se espalhou por todo o continente. Para que se tenha uma idéia, em Lavaur, em 1211, o governador foi enforcado e a esposa lançada num poço e esmagada com pedras; além de quatrocentas pessoas que foram queimadas vivas. No massacre de Merindol, quinhentas mulheres foram trancadas em um celeiro ao qual atearam fogo. Os julgamentos em Toulouse, na França, em 1335, levaram diversas pessoas à fogueira; setecentos feiticeiros foram queimados em Treves, quinhentos em Bamberg. Com exceção da Inglaterra e dos EUA, os acusados eram queimados em estacas. Na Itália e Espanha, as vítimas eram queimadas vivas. Na França, Escócia e Alemanha, usavam madeiras verdes para prolongar o sofrimento dos condenados. Ainda, a noite de 24 de agosto de 1572, que ficou conhecida como "A noite de São Bartolomeu", é considerada "a mais horrível entre as ações inquisidoras de todos os séculos". Com o consentimento do Papa Gregório XIII, foram eliminados cerca de setenta mil pessoas em apenas alguns dias.
Além da Europa, a Inquisição também fez vítimas no continente americano. Em Cuba iniciou-se em 1516 sob o comando de dom Juan de Quevedo, bispo de Cuba, que eliminou setenta e cinco hereges. Em 1692, no povoado de Salem, Nova Inglaterra (atual E.U.A.), dezenove pessoas foram enforcadas após uma histeria coletiva de acusações. No Brasil há notícias de que a Inquisição atuou no século XVIII. No período entre 1721 e 1777, cento e trinta e nove pessoas foram queimadas vivas.
No século XVIII chega ao fim as perseguições aos pagãos, sendo que a lei da Inquisição permaneceu em vigor até meados do século XX, mesmo que teoricamente. Na Escócia, a lei foi abolida em 1736, na França em 1772, e na Espanha em 1834. O pesquisador Justine Glass afirma que cerca de nove milhões de pessoas foram acusadas e mortas, entre os séculos que durou a perseguição.

Fonte: http://www.spectrumgothic.com.br/ocultismo/inquisicao.htm

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Azar

Originado do árabe azzahar, o termo azar é utilizado com várias significações:



Acaso: É um sinônimo de acaso. Neste sentido o termo é usado, por exemplo, na expressão jogos de azar, ou seja, jogos não dependem apenas do raciocínio ou da habilidade dos jogadores, por conter alguma regra que implique acaso.

Urucubaca: Infelicidade constante, azar. Mal que atinge algum indivíduo por suposta força negativa de outrem.


Má sorte: É entendido como o oposto da sorte ou associado à má sorte e, assim, o azar se aplica como crença de que situações, pessoas e objetos possam produzir resultados reiteradamente negativos, catastróficos ou desastrosos.

Situações são qualificadas como azaradas, azar ou "de azar" quando ocorrem de modo contrário à expectativa, ou quando provocam uma surpresa que resulta em um desastre, prejuízo, perda ou catástrofe.
Pessoas podem ser azaradas ou ter azar. Pessoas azaradas são as que com frequência se envolvem em situações azaradas. Quando o azar ocorre ocasionalmente, diz-se que a pessoa "teve azar".




Superstição


Para quem crê que o azar pode ser causado por um fator externo, objetos podem ser causa de azar. Desse modo, certos objetos ou situações a eles relativos podem trazer ou dar azar. Por exemplo, as crenças de que gato preto, ou o número 13 dão azar. Isso é chamado de superstição.
Em geral, a associação se dá por analogia com fato, lenda ou mito, que vincula o objeto ao azar. A analogia pode se estabelecer por tradição cultural ou individual, quando a pessoa, observando que há uma coincidência entre a presença de um objeto e fatos desagradáveis, começa a crer que o objeto lhe dê azar, embora não necessariamente dê azar aos outros.

LEVIATÃ

A serpente fora de suas profundezas, o mar, o oeste.


Leviatã é um tipo de demonio morfologicamente associado a terríveis e respeitáveis forças da natureza, um misto de bestialidade e força elemental. O demonio Leviatã surge no Livro de Jó enquanto um monstro aquático, uma fusão entre a besta mais feroz, ( representativa assim de uma das formas da bestialidade), e a imponência do poder do mar ,( associado assim ao elemento da agua na sua mais feroz manifestação). Devido a Leviatã, conhecem-se alguns dos atributos animalescos do demonio: "a sua força reside nos rins e o seu vigor no musculo do ventre".
O Livro de Jó, capítulos 40 e 41, aponta a imagem mais impressionante do Leviatã, descrevendo-o como o maior (ou o mais poderoso) dos monstros aquáticos. No diálogo entre Deus e Jó, o primeiro procede a uma série de indagações que revelam as características do monstro, tais como "ninguém é bastante ousado para provocá-lo; quem o resistiria face a face? Quem pôde afrontá-lo e sair com vida debaixo de toda a extensão do céu? ....Quem lhe abriu os dois batentes da goela, em que seus dentes fazem reinar o terror?...... Quando se levanta, tremem as ondas do mar, as vagas do mar se afastam. Se uma espada o toca, ela não resiste, nem a lança, nem a azagaia, nem o dardo. O ferro para ele é palha, o bronze pau podre". Ao lado do Leviatã, no capítulo 40 do livro de Jó, aparece o Behemoth, vigoroso e musculoso animal terrestre, "sua força reside nos rins e seu vigor no músculo do ventre. Levanta sua cauda como (um ramo) de cedro, os nervos de suas coxas são entrelaçados; seus ossos são tubos de bronze, sua estrutura é feita de barras de ferro".
A origem histórico-mitológica de tais animais descritos na Bíblia é uma questão um tanto obscura. Ambos animais têm sido associados a algumas sagas, o leviatã talvez esteja associado ao "Tiamat", uma divindade da saga da Babilônia.
Não obstante diferentes interpretações, o Leviatã aparece na Bíblia sob a forma do maior dos animais aquáticos, como um crocodilo ou então na forma de um enorme peixe, uma baleia. O behemoth, como animal terrestre representado sob a forma de um hipopótamo.

 

Na União do céu e do inferno, William Blake escreveu:



"Debaixo de nós nada mais se via senão uma tempestade negra, até que, olhando para oriente, entre as nuvens e as vagas, divisamos uma cascata de sangue misturado com fogo, e próximo de nós emergiu e afundou-se de novo o vulto escamoso de uma serpente volumosa. Por fim, a três graus de distância, na direcção do oriente, apareceu sobre as ondas uma crista incendiada: lentamente elevou-se como um recife de ouro, até avistarmos dois globos de fogo carmesim, dos quais o mar se escapa em nuvens de fumo. Vimos então que se tratava da cabeça do Leviatã a sua fronte, tal como a do tigre, era sulcada por listras de verde e púrpura. Em breve vimos a boca e as guelras pendendo sobre a espuma enfurecida, tingindo o negro abismo com raios de sangue, avançando para nós com toda a fúria de uma existência espiritual."

Fontes: Wikipedia,http://www.magianegra.com.pt/demonios_dicionario.htm